Política
“Câmara de Goiânia não aceitará influências externas”, garante Policarpo
Presidente usou tribuna para criticar tentativa de impugnar judicialmente eleição da atual Mesa Diretora
Em discurso durante Sessão Ordinária desta terça-feira (20), o presidente da Câmara Municipal de Goiânia, vereador Romário Policarpo (Patriota), criticou tentativa de “interferências externas” no Legislativo goianiense. O desabafo foi feito em comentário de Policarpo sobre rejeição, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), movida pelo diretório nacional do Pros, que questionava eleição consecutiva da atual Mesa Diretora da Câmara.
“Durante quase três meses fizeram meu velório, tentaram distribuir meu patrimônio político dentro da cidade, dentro desta Casa, mas a justiça foi feita, ao contrário do que muitos aqui desejaram”, disse Policarpo. O presidente ressaltou a lealdade da atual Mesa Diretora e da maioria dos vereadores, que permaneceram ao seu lado. “Em momentos difíceis a gente acaba descobrindo quem são as pessoas que de fato estão a nosso lado”, comentou.
Em seu terceiro mandato consecutivo no comando da Câmara, fato inédito no Legislativo goianiense, Policarpo garantiu sua reeleição em pleito antecipado, realizado em setembro de 2021. O STF definiu a data de 7 de janeiro de 2021 como marco temporal para impedir reeleições no comando dos legislativos durante a mesma legislatura, fato que foi motivo da ADPF. Portanto, para efeitos da decisão, apenas a última eleição da Mesa Diretora foi considerada.
Em tom crítico, Policarpo questionou ação movida por diretório nacional e tentativa de judicializar decisão soberana dos parlamentares. “Esta Casa não será regulada por agentes externos. Esta Casa terá autonomia de fazer suas votações, de tomar suas decisões. Enquanto eu ainda estiver naquela cadeira de presidente, a decisão maior sempre será do Plenário. A decisão maior sempre será dos vereadores”, garantiu. “Tentaram me matar, me tornaram imortal”, concluiu Policarpo.
Apoios
O discurso de Romário Policarpo repercutiu ao longo da sessão no Plenário. Atual vice-presidente da Casa, Clécio Alves (Republicanos), que deixará o mandato para assumir vaga de deputado estadual na Assembleia Legislativa, em 1º de fevereiro, ressaltou a legitimidade da eleição da futura Mesa Diretora. “Vossa Excelência recebeu a justiça necessária pelo trabalho, pela liderança, pela condução [da Casa]. Por 34 votos de 35. Qual Câmara teve isso?”, questionou.
Atual e futuro primeiro-secretário, Anselmo Pereira (MDB) destacou “maturidade” de Policarpo e disse esperar que “o sofrimento traga a nós o ímpeto da razão. Vossa Excelência é o legítimo representante, pelo voto democrático, deste Poder”.
Vários parlamentares mencionaram atuação do presidente e da atual Mesa Diretora na condução dos trabalhos legislativos e das questões políticas e administrativas da Câmara.
“Não tenho dúvidas de que a Câmara Municipal tem uma Mesa Diretora excelente, que se preocupa com funcionamento da Casa e respeita diversas ideias. Nós precisamos cada vez mais valorizar o parlamento”, afirmou Mauro Rubem (PT). “Uma Mesa que tem 34 dos 35 votos, se não for legítima, o que mais é legítimo?”, ponderou Aava Santiago (PSDB).
Para o segundo vice-presidente da Casa, Isaías Ribeiro (Republicanos), a Câmara provou que não aceita influências externas. “Quando pessoas de bem se unem, a vitória vem”, comentou.
“Quando me perguntavam a respeito dessa ação [ADPF], eu dizia que o senhor sairia vitorioso, porque o que houve foi decisão deste colegiado, soberana, independente e que tem que prevalecer”, destacou Sabrina Garcez (Republicanos).
Assim como outros colegas, Welton Lemos (Podemos), empossado recentemente, disse que o momento é de união e trabalho. “Vossa Excelência saiu vencedor e subiu na tribuna para pacificar este parlamento. Essa atitude enobrece ainda mais sua pessoa”, comentou. “Esse processo serviu para nos unirmos ainda mais como parlamentares”, concluiu Henrique Alves (MDB).
Também manifestaram apoio à decisão do STF os vereadores Izídio Alves (MDB), Leo José (Republicanos), Thialu Guiotti (Avante), Luciula do Recanto (PSD), Paulo Magalhães (União Brasil), Geverson Abel (Avante), Pastor Wilson (Brasil 35), Willian Veloso (PL), Juarez Lopes (PDT), Sargento Novandir (Avante), Pedro Azulão Jr. (PSB), Joãozinho Guimarães (Solidariedade), Léia Klebia (PSC), Kleybe Morais (MDB), Anderson Sales – Bokão (PRTB) e Dr. Gian (MDB).