Hamilton Carneiro: “É preciso pensar políticas públicas para que a cultura dos carreiros se fortaleça”

Após dois anos suspensa devido à pandemia de covid-19, a Festa do Divino Pai Eterno reuniu quase 3 milhões de pessoas em 10 dias, em Trindade. Patrimônio Cultural Brasileiro, uma das maiores atrações do evento, a Romaria dos Carros de Boi está mais onerosa a cada ano.

“Os carreiros são movidos pela fé, e somente ela oferece suporte nessa jornada que chega a durar até 30 dias, dependendo da região que eles saem. A viagem, além de sacrificante, é muito dispendiosa”, relata o apresentador do Frutos da Terra e pré-candidato a deputado federal pelo PSD, Hamilton Carneiro.

Acompanhando os carreiros desde a preparação da matula, em Damolândia, até a chegada, em Trindade, o apresentador revela ter ouvido de várias pessoas que a viagem está ficando muito cara. As despesas, segundo o carreiro Limírio Ribas Mendonça, começam pela manutenção do gado no pasto e adestramento dos animais, que pode chegar a R$ 500 por cabeça.

“Como a viagem é longa, precisamos fazer quatro paradas para dormir, sendo duas na ida e duas na volta. Essas paradas são chamadas de pouso, onde dormimos e alugamos o pasto para soltar os animais. Como eu levei oito bois e um cavalo, somente nos pousos gastei cerca de R$2 mil. Isso fora alimentação”, explica Limírio, que faz a Romaria há 40 anos.

O carreiro explica ainda que os preços aumentam ainda mais quando se chega a Trindade. Limírio conta que pagou R$800 por um espaço para armar a barraca por oito dias. “Lá ainda cobraram, por dia, R$45 para cada boi e R$60 o cavalo”, revela Limírio.

Para Hamilton, precisa haver um apoio maior ao carreiro. “É preciso pensar políticas públicas para que a cultura dos carreiros se fortaleça, como uma área em Trindade para que eles possam fazer o pouso e um local adequado para os animais. Iniciativas facilitadoras para a fomentação dessa cultura são de extrema importância e urgência”, afirma o apresentador do Frutos da Terra.