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Com Marcos Mion, ‘Lightyear’ não adere à neutralização de sotaques, diz diretor
Para o apresentador, esse é o ponto alto de sua carreira como dublador, após ter emprestado sua voz a personagens em filmes como "Operação Big Hero" (2014) e outros de menor expressão.
(FOLHAPRESS) – Buzz Lightyear, de “Toy Story”, está de volta aos cinemas. A animação “Lightyear” estreia nesta quinta (16) no Brasil em meio a uma discussão acirrada sobre a neutralização de sotaques em dublagens de filmes internacionais. A polêmica começou após a cantora paraibana Juliette Freire, 32, deixar um projeto que pedia menos de seu sotaque nordestino.
“Eu já entendia sobre esse fenômeno da neutralização, dessa tendência na mídia, os repórteres, todo esse universo nos filmes. Mas a mensagem que eu quis deixar foi simplesmente a seguinte: xenofobia existe, sim”, disparou a ex-BBB ao falar sobre sua experiência e o abandono do projeto em suas redes sociais.
Em “Lightyear”, cuja história gira em torno do herói Buzz Lightyear, que deu origem ao brinquedo de Andy em “Toy Story”, o ator e apresentador Marcos Mion, 42, é o responsável por dar voz ao protagonista. Mas, segundo o diretor de dublagem, Thiago Longo, não foi feito nenhum pedido para amenizar a pronúncia tipicamente paulistana do apresentador.
“Nós não buscamos neutralizar nenhum sotaque em ‘Lightyear’. O que fizemos com o Marcos foi o mesmo que fizemos com todos os outros dubladores, ou seja, buscar ser o mais fiel possível ao original. Esse é sempre o objetivo”, diz ele em conversa com o F5. A voz original de Buzz Lyghtyear é do astro Chris Evans.
“O Mion passou por um teste que foi enviado para aprovação em Los Angeles. Todos curtiram, pois ficou muito próximo do que esperavam. Ele vem de um registro mais alto de fala. Gravamos o filme todo e depois tivemos de regravar partes, pois ainda não havia chegado no ponto. É um processo que demora mesmo”, emenda o profissional.
Para o apresentador, esse é o ponto alto de sua carreira como dublador, após ter emprestado sua voz a personagens em filmes como “Operação Big Hero” (2014) e outros de menor expressão. “Meu auge chegou agora. Prefiro parar nesse auge, pois depois de dar voz ao Buzz, o que mais eu poderia buscar? Sonho realizado”, brinca Marcos Mion.
No longa, a voz de Mion aparece mais séria do que os fãs estão acostumados, assim como o personagem, que em quase nada lembra o divertido e até meio trapalhão Buzz da saga “Toy Story”. O alívio cômico do filme fica com gatinho robótico Sox, fiel escudeiro de Buzz em suas missões intergalácticas e com quem ele tenta encontrar um caminho de volta para casa, após serem abandonados no espaço.
“Lightyear” é o primeiro spin-off para os cinemas da franquia “Toy Story”, lançada em 1995. Ao todo, são quatro filmes “Toy Story” e uma série derivada feita para a TV. O novo longa já tem provocado polêmica, antes mesmo de estrear, por conta de um beijo gay entre duas personagens. Por conta disso, ele h foi vetado em ao menos 14 países do Oriente Médio e da Ásia, como China e Emirados Árabes Unidos.