Política
Proposta de Antônio Gomide, Alego realiza sessão especial em homenagem à Campanha da Fraternidade 2022
Participaram da mesa diretiva dos trabalhos, além de Gomide, o arcebispo Metropolitano de Goiânia, Dom João Justino; a reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Angelita Pereira de Lima; o secretário-geral da Sociedade Goiana de Cultura (SGC) e ex-reitor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) Wolmir Amado; e o padre Cleiton Bergamo, representando o bispo de Anápolis, Dom João Casimiro Wilk.
Antônio Gomide falou da importância de realizar essa sessão no Legislativo goiano para debater, ouvir e se informar melhor sobre o tema da Campanha da Fraternidade deste ano. “Sabemos o quanto a Campanha da Fraternidade cumpre um papel de buscar movimentos sociais, trazendo temas importantes para a sociedade, mas não tenho dúvidas de que a Educação abrange todos eles. É o momento correto de fazer esse debate, num momento de pandemia global, em que precisamos saber ensinar, escutar e compartilhar”, enfatizou.
O deputado frisou, ainda, que a educação pública, inclusiva e de qualidade se trata de uma condição de justiça social, que ainda é buscada no Brasil. “O tema da campanha faz com que as pessoas pensem um pouco mais sobre a situação que vivemos. A alfabetização é um direito humano e deve ser assegurado a todas as pessoas.”
Discussões da campanha
O secretário-geral da SGC e ex-reitor da PUC-GO, professor Wolmir Amado, discursou na sessão especial da noite. Ele agradeceu a Gomide pela iniciativa e lembrou que, desde a década de 1970, a Campanha da Fraternidade ganhou amplitude nacional e vem ajudando a educar o conjunto da igreja, através de temas sociais, que se voltam para toda a sociedade.
“São diversos temas que fomos aprofundando ao longo de décadas, e é claro que isso precisa ser dito para o conjunto da sociedade. Também, para dar o nosso ponto de vista como cristãos e realizarmos intervenções sociais. Queremos ser, nessa Casa de Leis, uma semente do bem comum. É preciso repensar esse desafiante campo da educação, o mais afetado no mundo todo, ainda mais depois de uma pandemia mundial”, falou Amado.
O secretário apontou, ainda, que, em Goiás, segundo dados da própria Secretaria de Educação, a cada dez crianças, nove delas, na faixa de seis a dez anos, faixa da alfabetização, não aprenderam nem a ler nem a escrever. “Trata-se de uma defasagem muito demorada para se recuperar. São desgastes mais profundos que o próprio impacto econômico da pandemia. E é essa a discussão que a campanha quer propor”, destacou.
Em seguida, a reitora da UFG, Angelita Lima, foi à tribuna para saudar a iniciativa de uma sessão solene, que mobiliza a sociedade e as pessoas para homenagear a educação. Segundo ela, trata-se de um ato de generosidade e de muita importância, e que isso só foi possível graças à temática da Campanha da Fraternidade.
“É uma ação muito necessária, ainda mais depois de uma pandemia global. Precisamos nos unir para superarmos os abismos criados em relação à educação, sendo um deles a evasão escolar e, outro, a qualidade do ensino. São muitos desafios nesse período e não bastará gritarmos contra isso, mas precisamos desenvolver mecanismos, parcerias e alianças para que superemos o momento”, disse Angelita.
A reitora compartilhou, ainda, seu medo de que, nos dois anos de pandemia da covid-19, o prejuízo na formação de cidadãos no nosso país seja imensurável. “Temos metodologias disponíveis, precisamos agora de vontade política e ações concretas. E termos a Igreja Católica como aliada nesse tema é uma boa notícia”, enfatizou.
Por fim, foi ouvido o arcebispo Dom João Justino, que agradeceu a oportunidade de falar na Assembleia Legislativa e registrar a contribuição que a Campanha da Fraternidade tem para a nação brasileira. Ele afirmou que a histórica contribuição da Igreja Católica na construção de uma sociedade justa e fraterna ganhou, neste ano, a terceira edição da campanha com o tema educação. Isso, segundo ele, tem inspiração no agir de Jesus Cristo e O apresenta como modelo de todo educador.
“Aquele que fala com sabedoria e ensina com amor, segundo o Evangelho. Por mais óbvia que seja a resposta, a Igreja realiza essa campanha, pois a fraternidade está no DNA do cristianismo. Jesus viveu e pregou a fraternidade, através do amor ao próximo, e foi quem disse aos seus discípulos que são todos irmãos” lembrou D. João.
O arcebispo recordou, ainda, as primeiras palavras do Papa Francisco, ao assumir em 2013, pregando a fraternidade, amor e confiança entre as igrejas e todo o mundo. “O objetivo geral da campanha deste ano é promover um diálogo a partir da realidade educativa do Brasil, à luz da fé cristã, propondo caminhos através do humanismo integral e solidário. A Igreja no país compreende que pode contribuir significativamente para a educação, sobretudo num tempo em que o Papa convocou a todos para refazerem o pacto educativo global”, afirmou Dom João.
Ele lembrou, ainda, que quando se pensa em educação no contexto brasileiro, não se pode ignorar a questão da desigualdade social, que é estrutural. “É raro um setor da vida que não tenha as marcas da desigualdade. Mas não se pode confundir desigualdade com diversidade e individualidade. É preciso de um projeto de educação com humanismo solidário”, finalizou.